Basicamente esse termo pode ser
empregado corretamente para designar quase todos os fenômenos que se passam no
interior da sociedade. No entanto Durkheim
atenta para a questão de que um fato social não deve ser observado apenas sob
essa perspectiva. Se todos os fatos fossem sociais, a Sociologia não haveria
objetivo próprio e seu domínio se confundiria com o da Biologia e da
Psicologia.
Os
sistemas de sinais de que utilizamos para pensar, o sistema de moeda que
utilizamos no mercado, as práticas seguidas na profissão, etc., funcionam
independentemente do uso que fazemos delas. Essas afirmações não são fatos apenas
exteriores ao indivíduo, são também dotados de um poder imperativo e coercitivo.
A prova disso se faz quando tentamos resistir a elas, onde a consciência
pública, pela vigilância que exerce sobre os cidadãos, reprime todo ato que a
ofende. Se não nos submetemos às convenções mundanas, se ao me vestir não levo
em consideração os usos seguidos em meu país e em minha classe, o resultado são
risos e afastamento que produzem de maneira atenuada os efeitos de uma pena
propriamente dita.
Um
fato social pode ser caracterizado, portanto, como sendo maneiras de pensar, de
agir e de sentir exteriores ao indivíduo,
dotadas de um poder de coerção.
* Reproduzido de Dhurkein: "O que é fato social?" In: As regras do Método Sociológico. Trad. por Maria Isaura Pereira de Queiroz. 6ª ed. São Pualo, Comapnhia Editora Nacional, 1972, p. 1-5, 8-11.
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