sexta-feira, 27 de abril de 2012

Trabalho EDS







Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação Comunicação no Brasil









Estrutura e Dinâmica Social







Léonardo Félix  RA:11128910 
Renato Divino Vilas Boas   RA: 11089910
Ivan Biagioni    RA: 11043110
26/04/2012




                              
Introdução
O uso de aparelhos tecnológicos como celulares, computadores, tablets e notebooks, e o acesso à internet via esses aparelhos veem se tornando cada vez mais comum em todo o mundo. Mas no Brasil, boa parte da população ainda não compartilha de todos esses aparatos por serem economicamente inviáveis em muitos casos. Usando a “Pesquisa TIC Domicílios e Empresas 2010” selecionaremos alguns dados para analisar as possíveis explicações do caso de estudo utilizando como base o pensamento marxista e tudo em que ele se apoia.
Escolhemos como fonte de estudo a desigualdade da distribuição de computadores por domicilio no Brasil, assim como o que se refere à internet e o que acontece no caso dos telefones celulares, que ao contrário veem se tornando mais acessíveis e até mais interessantes do que linhas fixas em alguns casos.
Computadores e internet por domicílio
A inclusão digital ainda é muito precária no Brasil, apenas 35% da população possui computador em seu domicílio, se comparada a alguns países europeus e asiáticos, como Suécia (87%), Dinamarca (86%), Coréia (81%) e Japão (87%), essa precariedade fica ainda mais a mostra. O Brasil também se mostra ligeiramente inferior se comparado com alguns países da América latina, como Argentina (38%) e Chile (40%). Isso reflete a má distribuição de renda que ainda é um grave problema em nosso país, já que o Brasil é atualmente a quinta economia mundial e ainda se mostra inferior nesse ponto a países com PIBs consideravelmente menores.
Em 2010 a pesquisa registrou uma queda no crescimento do percentual de computadores por domicílio, o crescimento (na área urbana) que no período 2008-2009 foi de 29% diminuiu para apenas 8% no período 2009-2010. Esses dados também refletem na queda da proporção de lares com acesso a internet que chegou em 2010 a apenas 27%, o crescimento que no período 2008-2009 (também na área urbana) foi de 35% diminuiu para apenas 15% no período 2009-2010.
Analisando alguns gráficos retirados da pesquisa pode-se fazer uma análise sobre os principais motivos alegados pelos brasileiros de não se ter computador ou internet nos domicílios.


   





A partir dos dados pode-se perceber que o custo elevado ainda é o principal obstáculo enfrentado pelos brasileiros, além disso, a falta de disponibilidade na área também se mostra um problema enfrentado por grande parte dos brasileiros.
Outros dados (retirados da pesquisa) expressam melhor a má distribuição de renda levando em consideração o possuir ou não computador e internet.










          A partir dos dados acima fácil visualizar que as regiões norte e nordeste ainda são as regiões com menor poder econômico, enquanto o sudeste segue como a região com maior acesso as tecnologias abordadas. Pode-se perceber também a grande diferença quanto à disponibilidade de internet com relação às áreas urbana e rural.

Telefones celulares
Ao contrário do que se verificou a respeito dos computadores e da internet, os aparelhos celulares que até pouco tempo (final da década de 90) não eram acessível a todos hoje em dia se mostram uma opção até mais interessante do que a telefonia fixa na opinião dos brasileiros (segundo os dados apresentados na pesquisa). Diferente dos computadores e da internet, o crescimento do percentual de domicílios com celulares continua crescendo, e isso se reflete também em uma diminuição em relação ao percentual de casas com telefones fixos. Essa preferencia pelos aparelhos celulares deve-se provavelmente a seu preço atualmente mais acessível, a melhora da distribuição de sinal pelas operadoras em todo território nacional e também a sua portabilidade.
Os gráficos abaixo (retirados da pesquisa) ajudam a visualizar o crescimento percentual do numero de celulares.








A partir dos gráficos fica mais fácil perceber como os aparelhos celulares se tornaram presentes nos lares e como o crescimento nessa proporção é maior nas classes de menor poder aquisitivo, o que retrata o quão acessível os aparelhos se tornaram. Segundo os dados da pesquisa, os maiores crescimentos foram registrados na zona rural (10%), região nordeste (14%) e na classe DE (9%).
Análise segundo o pensamento Marxista
Os dados da pesquisa dizem respeito a três mercadorias e seu percentual de crescimento em relação à aquisição da população. Essas mercadorias são: os computadores, a internet em domicílio e os telefones móveis.
Segundos dados da pesquisa, o custo elevado dessas mercadorias é o principal impedimento da população em adquiri-lo. Isto se deve ao fato da população não possuir ainda capital necessário para comprar esses bens tão caros. Principalmente nas regiões menos desenvolvidas, com maiores desigualdades sociais e de menor poder aquisitivo como o Norte e Nordeste. Regiões onde o acúmulo de capital da população é baixo.   
Vemos nessas regiões que as forças produtivas são baixas se comparadas ao resto do Brasil (principalmente o Sudeste e o Sul). Isto, consequentemente, diminui o número de proletariados e também o seu poder de compra.
Mas uma diferença importante apontada na pesquisa é o que nos telefones celulares, o percentual de crescimento do número de domicílios que o possui continua constante. Isso se dava por seu baixo preço que encontrado no mercado, onde a grande maioria dos brasileiros possui capital para adquirir essa tecnologia e ser mais vantajoso do que a telefonia fixa.
Dentro deste contexto conseguimos observar o conceito de valor de uso e valor de troca A utilidade de algo define como valor de uso. Cada objeto tem suas propriedades, logo pode ser útil de diversos aspectos. Os celulares e os computadores tem valores de uso distintos. Esse é visto como uma ferramenta adicional para execução de diversas atividades, já o celular é visto como uma ferramenta indispensável para execução de quase todas as tarefas sociais. Em termos de funções, o computador pode ser analisado como um instrumento que engloba as funções básicas de um celular: comunicação e em alguns casos, media digital. Esse é um dos fatores que leva o computador a ser um bem com maior valor financeiro agregado. Além disso ele possui maior complexidade tecnológica e fabril.
O valor de troca é medido pelo tempo de trabalho socialmente necessário, ou seja, o tempo padrão, para produzir se uma mercadoria. Nesse sentido é evidente que um computador possui maior valor de troca que um celular, visto que sua produção é mais extensa e envolve um maior número de variáveis. Esse é outro fator que agrega maior valor financeiro à esse produto. O trabalho humano abstrato e concreto envolvido na produção de um computador, em suma, é maior que aquele envolvido na produção de um celular.
Além de todos esses fatores, em uma sociedade capitalista um elemento essencial faz com que os produtos se tornem mais caros do que eles deveriam ser. Esse elemento é a mais valia, responsável pelo lucro obtido em cima de um certo produto. Esse elemento não estabelece uma relação linear com o preço real de produção e de custo de um produto, ele sofre influências do fetichismo da mercadoria e de seu importância social. O computador sofre uma influência maior do que o celular. Por esse motivo ele acaba sendo superestimado e seu preço se torna maior do que poderia ser.
Dessa forma o celular, em comparação ao computador, acaba sendo mais facilmente acessado por uma parcela maior da população. Além de estabelecer uma função social importante, a comunicação, ele é um item com valor de mercado menor que o de um computador.



segunda-feira, 16 de abril de 2012

3) Podemos encontrar em um dado fenômeno apenas um tipo de dominação?



R: Não. Max Weber apresentou três tipos de dominação legítima: Dominação tradicional, Dominação carismática e Dominação legal. Porém, cada um desses de forma pura e que cada um apresentava diferentes subníveis de autoridade.  Todavia, quando analisamos uma situação da realidade, o que vemos são inter-relacionamentos destes tipos de dominação e seus subníveis, podemos assim dizer.


domingo, 15 de abril de 2012


1 - O que é poder e dominação para Weber?

            O conceito de poder é amorfo já que significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade.

Dominação é a probabilidade de encontrar obediência dentro de um grupo a um certo mandato.

Poder + Legitimidade = Dominação.

2 - Qual a diferença de dominação legítima para ilegítima?

            A dominação Legítima pode ser encontrado em três formas:

·         Dominação Legal: obedece-se não à pessoa em virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida deve obedecer. Seu tipo mais puro é a burocracia.

·         Dominação Tradicional: se estabelece em virtude da crença ma santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de há muito existentes. Seu tipo mais puro é o da dominação patriarcal.

·         Dominação Carismática: se dá em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória. Seu tipo mais puro é a dominação do profeta, do herói guerreiro e do grande demagogo.



            Já a Dominação Ilegítima é aquela que carece da obediência ou de um conjunto de regras associadas que se estabeleçam como um consenso.

Fontes:

http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-miguel-olhar-sobre-max-weber.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber

WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Ed. Guanabara: Rio de Janeiro, 1981.

COSTA, Cristina. “Sociologia alemã: a contribuição de Max Weber”, in: Sociologia – Introdução à ciência da sociedade. (2a ed). São Paulo: Moderna, 2001 (pp. 70-77).

4 - Como weber define Estado?

O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal). O Estado pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente (conforme descreveu Max Weber, entre outros) no que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado#Defini.C3.A7.C3.B5es_sobre_o_Estado

5 - O que é ação social?

Na sociologia, ação social refere-se a qualquer ação que leva em conta ações ou reações de outros indivíduos e é modificada baseando-se nesses eventos.

O termo "ação social" foi introduzido por Max Weber, em sua obra Ensaios de Sociologia - Obra transcrita de seu discurso em um congresso na Universidade de Heidelberg. É um termo mais abrangente que o fenômeno social de Florian Znaniecki, posto que o indivíduo performando ações sociais não é passivo, mas (potencialmente) ativo e reativo.

Max Weber diferenciou alguns tipos de ações sociais:
Ações racionais (também conhecidas como racionais por valores, do alemão wertrational): ações tomadas com base nos valores do indivíduo, mas sem pensar nas consequências e muitas vezes sem considerar se os meios escolhidos são apropriados para atingi-lo.
Ações instrumentais (também conhecidas como ação por fins, do alemão zweckrational)): ações planejadas e tomadas após avaliado o fim em relação a outros fins, e após a consideração de vários meios (e consequências) para atingi-los. Um exemplo seria a maioria das transações econômicas
Ações afetivas (também conhecidas como ações emocionais, do alemão affektual)): ações tomadas devido às emoções do indivíduo, para expressar sentimentos pessoais. Como exemplos, comemorar após a vitória, chorar em um funeral seriam ações emocionais.
Ações tradicionais (do alemão traditional) : ações baseadas na tradição enraizada. Um exemplo seria relaxar nos domingos e colocar roupas mais leves. Algumas ações tradicionais podem se tornar um artefato cultural.

Na hierarquia sociológica, a ação social é mais avançada que o comportamento, ação e comportamento social, e é em sequência seguida por contatos sociais mais avançados, interação social e relação social.


fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_social

segunda-feira, 9 de abril de 2012

5) O que são tipos ideais?




Tipo ideal (do alemão Idealtyp) ou tipo puro é um termo comumente associado ao sociólogo Max Weber (1864-1920). Na concepção de Weber é um instrumento de análise sociológica para o apreendimento da sociedade por parte do cientista social com o objetivo de criar tipologias puras, destituídas de tom avaliativo, de forma a oferecer um recurso analítico baseado em conceitos, como o que é religião, burocracia, economia, capitalismo, dentre outros.

Uma das principais características do tipo ideal não é o fato de que não corresponde à realidade, mas pode ajudar em sua compreensão, estabelecido de forma racional, porém com base nas escolhas pessoais anteriores daquele que analisa. É então um conceito teórico abstrato criado com base na realidade-indução, servindo como um "guia" na variedade de fenômenos que ocorrem na realidade; por se basear na indução, dá "ênfase na caracterização sistemática dos padrões individuais concretos (característica das ciências humanas) opõe a conceituação típico-ideal à conceituação generalizadora, tal como esta é conhecida nas ciências naturais", fazendo oposição ao método comparativo dos positivistas como Émile Durkheim.



http://pt.wikipedia.org/wiki/Tipo_ideal


domingo, 8 de abril de 2012

3) Para Weber, o que é objetividade?




       Weber acredita que as ciências humanas lidam com o fenômeno do valor. Só buscaremos compreender e analisar os elementos da realidade que tenham algum sentido para nós, a partir dos nossos valores. Weber afirma:

"não existe qualquer análise científica puramente 'objetiva' da vida cultural ou dos fenômenos sociais, que seja independente de determinadas perspectivas especiais e parciais, graças as quais essas manifestações possam ser explicita ou implicitamente, consciente ou inconscientemente selecionadas, analisadas e organizadas na exposição, enquanto objeto de pesquisa" (Weber, 1982)

        Dessa forma, Weber diz que toda pesquisa tem um ponto de partida subjetivo, mas que este dado não destrói a objetividade da ciência. O valor cognitivo da ciência social reside na sua capacidade de controlar a pesquisa mediante métodos sistemáticos e padronizados de trabalho. O ponto de partida da investigação até pode ser subjetivo, mas seu ponto de chegada deverá se rigorosamente objetivo.

4) Weber acredita na objetividade do conhecimento?

       Weber acreditava na objetividade do conhecimento não como sendo o fator desencadeante de determinada reflexão acerca de um assunto, mas como o que deve guiar essa reflexão para que seu resultado seja objetivo a partir de um assunto "escolhido" subjetivamente. Um conhecimento a ser produzido deve ser validado por operações lógicas e/ou por dados empíricos pautados em uma pensamento racional afastado das vontades e ambições daquele que deseja produzir esse determinado conhecimento.


Referências:
  1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber
  2. http://www.slideshare.net/liraucio/max-weber-e-a-objetividade-nas-cincias-sociais
  3. http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rde/article/view/566/408
  4. http://teoriadasciencias.blogspot.com.br/2009/11/objetividade-de-weber.html
  5. RDE - Revista de Desenvolvimento Econômico: "O conceito de objetividade em Max Weber e o Método nas Ciências da Sociedade" (Maria Elisabete Santos, 1999) 
  6. "Max Weber - Organizado por Gabriel Cohn" - Cap 3. A Objetividade do conhecimento nas ciências sociais.

sábado, 7 de abril de 2012

2) Como Weber tratava os julgamentos de valor e o saber empírico?


Para Weber, os valores e ideais que inspiram um cientista social são intrínsecos à busca do conhecimento; daí sua crítica ao positivismo. Porém, ele propunha uma clara distinção entre os “julgamentos de valor” e o “saber empírico”;

A ciência social compreende ambos os aspectos – já que os julgamentos de valor estão no significado dado aos objetos e problemas, enquanto o saber empírico está relacionado com a busca de respostas às questões formuladas, por meio dos instrumentos racionais da ciência;

Todavia, o cientista social não deve estabelecer receitas para apraxis, nem dizer o que deve ser feito, mas sim o que pode ser feito. Isso porque a ação prática vincula-se a deveres e convicções que estão ancorados no mundo da política prática. E, para Weber, a ciência social deve distinguir-se dessa esfera tanto quanto possível;

Nesse sentido, ele dizia que: “A tarefa do professor é servir aos seus alunos com o seu conhecimento e experiência e, não, impor-lhe suas opiniões políticas pessoais”.

Em outras palavras, a ciência (e o professor que é representante dela) tem um compromisso com a “verdade” que não deve ser restringido pelas crenças e convicções políticas de qualquer de seus praticantes.


Fonte: https://sites.google.com/site/richardromancini/socweberiana

1) Qual a importância de Max weber para as ciências socias?




Maximilian Carl Emil Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber. A esposa de Max Weber,Marianne Weber, biógrafa do marido, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e integrava grupos feministas de seu tempo.

É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração. Começou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt, em Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Viena e na Universidade de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da Comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.

Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o chamado processo de racionalização e desencantamento que provém da sociedade moderna e capitalista. Mas seus estudos também deram contribuição importante para a economia. Sua obra mais famosa é o ensaio A ética protestante e o espírito do capitalismo, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho importante, A política como vocação, Weber definiu o Estado como "uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física", uma definição que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente. Em suas contribuições mais conhecidas são muitas vezes referidas como a “Tese de Weber".


Fonte:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber

segunda-feira, 2 de abril de 2012

4) Relacione o valor de uso e o valor de troca ao trabalho humano concreto e ao trabalho humano abstrato?

Trabalho abstrato e trabalho concreto são termos utilizados pelo filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) para formular a sua teoria crítica do capitalismo. Seu ‘objetivo’ declarado não é explicar como é o capital (objeto de estudo da economia política burguesa), mas sim ‘porque o capital existe’. Para isso, Marx desenvolve o seguinte esquema argumentativo:
1.           
A ‘mercadoria representa a existência molecular do capital’ porque toda a produção capitalista toma a forma de mercadoria;
2.            A mercadoria é, em primeiro lugar, um ‘valor uso’, um objeto externo, cujas qualidades materiais ou virtuais a tornam útil para satisfazer “determinadas necessidades do estomago ou da fantasia”; em segundo lugar, é um ‘valor de troca’, (cujo nome em dinheiro se chama preço), uma relação quantitativa que pressupõe alguma substância comum, não perceptível empiricamente, de forma imediata;
3.            Essa substância comum é o ‘trabalho humano abstrato’; trabalho despido de suas especificidades e considerado como simples despesa de energias humanas, físicas e intelectuais.
A partir da mercadoria, considerada existência molecular do capital, Marx define sua dupla realidade, a unidade valor de uso e valor de troca, como formas de expressão de uma unidade mais profunda: o trabalho no seu ‘duplo caráter’, ‘trabalho concreto’ (que se manifesta no valor de uso) e ‘trabalho abstrato’ (que se manifesta no valor de troca).
 Segue-se daí que, ao considerar a mercadoria como forma molecular do capital, o ‘duplo caráter do trabalho’ contido nela reúne qualidades necessárias para servir como hipótese-chave para o entendimento de todos os fenômenos econômicos, pois permite distinguir claramente o lado técnico-material, do lado histórico-social. E isto se aplica em todas as categorias utilizadas para entender e explicar o sistema capitalista: mercadoria, dinheiro, capital, salário, lucro, juro, acumulação de capital, PIB, desenvolvimento tecnológico qualificação do trabalhador etc. Eis aí resumida a gênese e a insubstituível importância teórico-metodológica dos conceitos “trabalho abstrato e trabalho concreto”. Cabe, ainda, referir brevemente alguns outros aspectos correlacionados a esses conceitos.

6) Qual a relação entre "fetichismo da mercadoria" e o trabalho social?



      
     Segundo Marx, o fetichismo é uma relação social entre pessoas midiatizada por coisas. O resultado é a aparência de uma relação direta entre as coisas e não entre as pessoas. As pessoas agem como coisas e as coisas como pessoas, onde as mercadorias aparentam ter uma vontade independente de seus produtores.
"Uma mercadoria, portanto, é algo misterioso simplesmente porque nela o caráter social do trabalho dos homens aparece a eles como uma característica objetiva estampada no produto deste trabalho; porque a relação dos produtores com a soma total de seu próprio trabalho é apresentada a eles como uma relação social que existe não entre eles, mas entre os produtos de seu trabalho."
(O Capital, volume 1)
            Desse fetichismo que se dá na produção e na troca de mercadorias resulta a sobrestimação teórica do processo de troca sobre o processo de produção. Daí o culto ao mercado de parte de alguns economistas, que consideram a oferta e a procura como as determinações fundamentais do preço das mercadorias.

7) Descreva um exemplo atual que espresse o que Marx denominou fetichismo da mercadoria.

            Um exemplo é o mundo religioso. Neste mundo, as produções do cérebro humano aparecem como seres independentes dotados de vida, e entrando em relações tanto entre si quanto com a espécie humana. O mesmo acontece no mundo das mercadorias com os produtos das mãos dos homens. A isto dá-se o nome de fetichismo que adere aos produtos do trabalho, tão logo eles são produzidos como mercadorias, e que é, portanto inseparável da produção de mercadorias.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetichismo_da_mercadoria

domingo, 1 de abril de 2012

5) O que Karl Marx chama de " fetichismo da mercadoria"?



Fetichismo da mercadoria é o modo pelo qual Karl Marx denominou o fenômeno social e psicológico onde as mercadorias aparentam ter uma vontade independente de seus produtores.
Em O Capital (volume 1), Marx explica o fetichismo da mercadoria:
"Consideremos duas mercadorias, por exemplo, ferro e trigo. As proporções, quaisquer que sejam, em que elas são trocáveis, podem sempre ser representadas por uma equação em que uma dada quantidade de trigo é igualada a certa quantidade de ferro…O que nos diz tal equação? Nos diz que, em duas coisas diferentes – em um quarter de trigo e x quintais de ferro -, existe em quantidades iguais algo comum a ambos. As duas coisas devem, portanto ser iguais a uma terceira, que em si mesma não é uma nem outra. Cada uma delas, no que se refere ao valor de troca, deve ser redutível a esta terceira coisa… Este “algo” em comum não pode ser uma propriedade natural das mercadorias. Tais propriedades são consideradas apenas à medida que afetam a utilidade de tais mercadorias, em que as tornam valores de uso. Mas a troca de mercadorias é evidentemente um ato caracterizado por uma abstração total do valor de uso. (...)

Uma mercadoria, portanto, é algo misterioso simplesmente porque nela o caráter social do trabalho dos homens aparece a eles como uma característica objetiva estampada no produto deste trabalho; porque a relação dos produtores com a soma total de seu próprio trabalho é apresentada a eles como uma relação social que existe não entre eles, mas entre os produtos de seu trabalho(…). A existência das coisas enquanto mercadorias, e a relação de valor entre os produtos de trabalho que os marca como mercadorias, não têm absolutamente conexão alguma com suas propriedades físicas e com as relações materiais que daí se originam… É uma relação social definida entre os homens que assume, a seus olhos, a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. A fim de encontrar uma analogia, devemos recorrer às regiões enevoadas do mundo religioso. Neste mundo, as produções do cérebro humano aparecem como seres independentes dotados de vida, e entrando em relações tanto entre si quanto com a espécie humana. O mesmo acontece no mundo das mercadorias com os produtos das mãos dos homens. A isto dou o nome de fetichismo que adere aos produtos do trabalho, tão logo eles são produzidos como mercadorias, e que é, portanto inseparável da produção de mercadorias."

Segundo Marx, o fetichismo é uma relação social entre pessoas mediatizada por coisas. O resultado é a aparência de uma relação directa entre as coisas e não entre as pessoas. As pessoas agem como coisas e as coisas, como pessoas.
No caso da produção de mercadorias, ocorre que a troca de mercadorias é a única maneira na qual os diferentes produtores isolados de mercadorias se relacionam entre si. Dessa maneira, o valor das mercadorias é determinado de maneira independente dos produtores individuais, e cada produtor deve produzir sua mercadoria em termos de satisfação de necessidades alheias. Disso resulta que a mercadoria mesma (ou o mercado) parece determinar a vontade do produtor e não o contrário.
Marx afirma que o fetichismo da mercadoria é algo intrínseco à produção de mercadorias, já que na sociedade capitalista, o processo de produção se autonomiza com relação à vontade do ser humano. Tal autonomia desaparecerá apenas quando o ser humano controlar de maneira consciente o processo de produção, numa livre associação de indivíduos, o que só é possível de ser feito abolindo a propriedade privada dos meios de produção e transformando-os em propriedade coletiva; acabando com o caráter mercantil dos bens e preservando somente seu valor de uso. Isso significa uma revolução nas relações de produção e de distribuição dos meios de vida.
Marx também argumenta que a economia política clássica não pode sair do fetichismo da mercadoria, pois considera a produção de mercadorias como um dado natural e não como um modo de produção histórico e, portanto, transitório.
Desse fetichismo que se dá na produção e na troca de mercadorias resulta a sobrestimação teórica do processo de troca sobre o processo de produção. Daí o culto ao mercado de parte de alguns economistas, que consideram a oferta e a procura como as determinações fundamentais do preço das mercadorias.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetichismo_da_mercadoria

3)O que é valor de troca?


O valor de troca é medido pelo tempo de trabalho socialmente necessário, ou seja, o tempo padrão, para produzir uma mercadoria, o que possibilitará a troca por exemplo, de uma mesa por um travesseiro (diferentes quanto ao seu valor de uso) desde que o tempo de trabalho social desses produtos tenha sido o mesmo (equivalentes quanto ao seu valor de troca). Nos processos de troca de mercadorias, podemos observar produtos qualitativamente distintos, ou seja, com utilidades diferentes, sendo trocados; o valor de troca normalmente não é percebido.



Fonte: "http://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_de_troca".

2) O que é valor de uso?


A utilidade de algo define como valor de uso. Cada objeto tem suas propriedades, logo pode ser útil de diversos aspectos. Por exemplo, o ouro tem elevada condutividade elétrica, resistência à oxidação, que não reage com a maioria dos produtos químicos, etc.; logo o seu valor de uso é muito maior que o do ferro, já que o mesmo não possui essas características ou em propriedades menores.
            Uma frase de Marx que resumo bem isso é “valor de uso é determinada pelas qualidades físicas da mercadoria e não existe sem isso”.

1) 1) Por que , para Marx, tudo pode ser considerado mercadoria?


Mercadoria, segundo Marx, é um objeto exterior que de acordo com suas propriedades, satisfaz alguma necessidade humana e que a necessidade humana independe de sua origem.
 Podem ser por necessidades físicas ou apenas por luxo de um indivíduo. Não há distinção se a necessidade é imediata como o alimento, ou de forma indireta se é um meio de produção.