domingo, 26 de fevereiro de 2012


5)  Qual a relação entre moral e vida social para Durkheim ?
A moral consiste em “um sistema de normas de conduta que prescrevem como o sujeito deve conduzir-se em determinadas circunstâncias”. No entanto, tais normas distinguem-se de outros conjuntos de regras porque envolvem uma noção de dever, constituem uma obrigação, possuem um respeito especial, são sentidas como desejáveis e, para cumpri-las, os membros da sociedade são estimulados a superar sua natureza individual.
As normas morais têm uma finalidade desejável e desejada para aqueles a quem se destinam.
Elas não são uma mera ordem...”experimentamos um prazer sui generis (de seu tipo) em cumprir com nosso dever porque é nosso dever. A noção de bem penetra na noção de dever. “Junto ao conceito de autoridade desenvolve-se o de liberdade, a “filha da autoridade bem compreendida. Porque ser livre não é fazer o que se queira; é ser-se o senhor de si, saber agir pela razão praticando o dever.”()
Cada povo, em um certo momento de sua história, possui uma moral, é com base nela que a opinião pública e os tribunais julgam, é a ela que se almeja, ela é o bem, negá-la é negar a sociedade e, embora possam existir consciências que não se ajustem a moralidade de seu tempo, existe uma moral comum e geral aqueles que pertencem a uma coletividade e uma infinitude de consciências morais particulares que expressam de modo distinto. Assim, se o educador tem uma ascendência moral sobre seus alunos é porque é para eles uma autoridade legítima, a qual não se da através do temor que possa inspirar mas da própria crença na missão que desempenha. O mesmo se pode dizer do sacerdote que fala em nome de uma divindade. Ambos são órgãos de entidades morais: um da sociedade e das grandes idéias morais de seu tempo e de sua terra, outro, de seu Deus. Mas é a sociedade e a autoridade moral, é ela que confere as normas morais seu caráter obrigatório.
Alem desse moral comum, existe uma diversidade indefinida de outras moralidades, expressas pelas distintas consciências particulares. O valor moral dos atos deve-se a que visam um propósito superior aos indivíduos, sua fonte é mais elevada e seu fim é a sociedade.
Em toda sua obra, Durkheim procura comprovar os princípios que fundamentam sua concepção de sociedade, esta, se nada mais fosse do que uma soma dos indivíduos que a constituem, não poderia ter valor moral superior à soma do valor moral de cada um de seus elementos. E, “ se existe uma moral, um sistema de deveres e obrigações, é mister que a sociedade seja uma pessoa qualitativamente distinta das pessoas individuais que compreende e de cuja síntese é o resultado”. Por isso é que, onde se inicia a vida do grupo, família, corporação, cidade, pátria, começa a moral.



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