Pesquisa sobre o Uso das
Tecnologias de Informação Comunicação no Brasil
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Estrutura e Dinâmica Social
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Renato
Divino Vilas Boas RA: 11089910
Ivan
Biagioni RA: 11043110
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26/04/2012
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Introdução
O uso de aparelhos
tecnológicos como celulares, computadores, tablets e notebooks, e o acesso à internet
via esses aparelhos veem se tornando cada vez mais comum em todo o mundo. Mas
no Brasil, boa parte da população ainda não compartilha de todos esses aparatos
por serem economicamente inviáveis em muitos casos. Usando a “Pesquisa TIC
Domicílios e Empresas 2010” selecionaremos alguns dados para analisar as
possíveis explicações do caso de estudo utilizando como base o pensamento
marxista e tudo em que ele se apoia.
Escolhemos como fonte
de estudo a desigualdade da distribuição de computadores por domicilio no
Brasil, assim como o que se refere à internet e o que acontece no caso dos
telefones celulares, que ao contrário veem se tornando mais acessíveis e até
mais interessantes do que linhas fixas em alguns casos.
Computadores e internet por domicílio
A inclusão digital
ainda é muito precária no Brasil, apenas 35% da população possui computador em
seu domicílio, se comparada a alguns países europeus e asiáticos, como Suécia (87%),
Dinamarca (86%), Coréia (81%) e Japão (87%), essa precariedade fica ainda mais
a mostra. O Brasil também se mostra ligeiramente inferior se comparado com
alguns países da América latina, como Argentina (38%) e Chile (40%). Isso
reflete a má distribuição de renda que ainda é um grave problema em nosso país,
já que o Brasil é atualmente a quinta economia mundial e ainda se mostra inferior
nesse ponto a países com PIBs consideravelmente menores.
Em 2010 a pesquisa
registrou uma queda no crescimento do percentual de computadores por domicílio,
o crescimento (na área urbana) que no período 2008-2009 foi de 29% diminuiu
para apenas 8% no período 2009-2010. Esses dados também refletem na queda da
proporção de lares com acesso a internet que chegou em 2010 a apenas 27%, o
crescimento que no período 2008-2009 (também na área urbana) foi de 35%
diminuiu para apenas 15% no período 2009-2010.
Analisando alguns
gráficos retirados da pesquisa pode-se fazer uma análise sobre os principais
motivos alegados pelos brasileiros de não se ter computador ou internet nos
domicílios.
Outros dados (retirados
da pesquisa) expressam melhor a má distribuição de renda levando em
consideração o possuir ou não computador e internet.
Telefones celulares
Ao contrário do que se
verificou a respeito dos computadores e da internet, os aparelhos celulares que
até pouco tempo (final da década de 90) não eram acessível a todos hoje em dia
se mostram uma opção até mais interessante do que a telefonia fixa na opinião
dos brasileiros (segundo os dados apresentados na pesquisa). Diferente dos computadores
e da internet, o crescimento do percentual de domicílios com celulares continua
crescendo, e isso se reflete também em uma diminuição em relação ao percentual
de casas com telefones fixos. Essa preferencia pelos aparelhos celulares
deve-se provavelmente a seu preço atualmente mais acessível, a melhora da
distribuição de sinal pelas operadoras em todo território nacional e também a
sua portabilidade.
Os gráficos abaixo (retirados da pesquisa) ajudam a visualizar o crescimento percentual do numero de celulares.
Os gráficos abaixo (retirados da pesquisa) ajudam a visualizar o crescimento percentual do numero de celulares.
A partir dos gráficos fica mais fácil
perceber como os aparelhos celulares se tornaram presentes nos lares e como o
crescimento nessa proporção é maior nas classes de menor poder aquisitivo, o
que retrata o quão acessível os aparelhos se tornaram. Segundo os dados da
pesquisa, os maiores crescimentos foram registrados na zona rural (10%), região
nordeste (14%) e na classe DE (9%).
Análise segundo o
pensamento Marxista
Os dados da pesquisa dizem respeito a
três mercadorias e seu percentual de crescimento em relação à aquisição da
população. Essas mercadorias são: os computadores, a internet em domicílio e os
telefones móveis.
Segundos dados da pesquisa, o custo
elevado dessas mercadorias é o principal impedimento da população em adquiri-lo.
Isto se deve ao fato da população não possuir ainda capital necessário para
comprar esses bens tão caros. Principalmente nas regiões menos desenvolvidas,
com maiores desigualdades sociais e de menor poder aquisitivo como o Norte e
Nordeste. Regiões onde o acúmulo de capital da população é baixo.
Vemos nessas regiões que as forças
produtivas são baixas se comparadas ao resto do Brasil (principalmente o
Sudeste e o Sul). Isto, consequentemente, diminui o número de proletariados e
também o seu poder de compra.
Mas uma diferença importante apontada
na pesquisa é o que nos telefones celulares, o percentual de crescimento do
número de domicílios que o possui continua constante. Isso se dava por seu
baixo preço que encontrado no mercado, onde a grande maioria dos brasileiros
possui capital para adquirir essa tecnologia e ser mais vantajoso do que a
telefonia fixa.
Dentro deste contexto conseguimos
observar o conceito de valor de uso e valor de troca A utilidade de algo define
como valor de uso. Cada objeto tem suas propriedades, logo pode ser útil de
diversos aspectos. Os celulares e os computadores tem valores de uso distintos.
Esse é visto como uma ferramenta adicional para execução de diversas
atividades, já o celular é visto como uma ferramenta indispensável para
execução de quase todas as tarefas sociais. Em termos de funções, o computador
pode ser analisado como um instrumento que engloba as funções básicas de um
celular: comunicação e em alguns casos, media digital. Esse é um dos fatores
que leva o computador a ser um bem com maior valor financeiro agregado. Além
disso ele possui maior complexidade tecnológica e fabril.
O valor de troca é medido pelo tempo
de trabalho socialmente necessário, ou seja, o tempo padrão, para produzir se uma
mercadoria. Nesse sentido é evidente que um computador possui maior valor de
troca que um celular, visto que sua produção é mais extensa e envolve um maior
número de variáveis. Esse é outro fator que agrega maior valor financeiro à
esse produto. O trabalho humano abstrato e concreto envolvido na produção de um
computador, em suma, é maior que aquele envolvido na produção de um celular.
Além de todos esses fatores, em uma
sociedade capitalista um elemento essencial faz com que os produtos se tornem
mais caros do que eles deveriam ser. Esse elemento é a mais valia, responsável
pelo lucro obtido em cima de um certo produto. Esse elemento não estabelece uma
relação linear com o preço real de produção e de custo de um produto, ele sofre
influências do fetichismo da mercadoria e de seu importância social. O
computador sofre uma influência maior do que o celular. Por esse motivo ele
acaba sendo superestimado e seu preço se torna maior do que poderia ser.
Dessa forma o celular, em comparação
ao computador, acaba sendo mais facilmente acessado por uma parcela maior da
população. Além de estabelecer uma função social importante, a comunicação, ele
é um item com valor de mercado menor que o de um computador.
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