sexta-feira, 27 de abril de 2012

Trabalho EDS







Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação Comunicação no Brasil









Estrutura e Dinâmica Social







Léonardo Félix  RA:11128910 
Renato Divino Vilas Boas   RA: 11089910
Ivan Biagioni    RA: 11043110
26/04/2012




                              
Introdução
O uso de aparelhos tecnológicos como celulares, computadores, tablets e notebooks, e o acesso à internet via esses aparelhos veem se tornando cada vez mais comum em todo o mundo. Mas no Brasil, boa parte da população ainda não compartilha de todos esses aparatos por serem economicamente inviáveis em muitos casos. Usando a “Pesquisa TIC Domicílios e Empresas 2010” selecionaremos alguns dados para analisar as possíveis explicações do caso de estudo utilizando como base o pensamento marxista e tudo em que ele se apoia.
Escolhemos como fonte de estudo a desigualdade da distribuição de computadores por domicilio no Brasil, assim como o que se refere à internet e o que acontece no caso dos telefones celulares, que ao contrário veem se tornando mais acessíveis e até mais interessantes do que linhas fixas em alguns casos.
Computadores e internet por domicílio
A inclusão digital ainda é muito precária no Brasil, apenas 35% da população possui computador em seu domicílio, se comparada a alguns países europeus e asiáticos, como Suécia (87%), Dinamarca (86%), Coréia (81%) e Japão (87%), essa precariedade fica ainda mais a mostra. O Brasil também se mostra ligeiramente inferior se comparado com alguns países da América latina, como Argentina (38%) e Chile (40%). Isso reflete a má distribuição de renda que ainda é um grave problema em nosso país, já que o Brasil é atualmente a quinta economia mundial e ainda se mostra inferior nesse ponto a países com PIBs consideravelmente menores.
Em 2010 a pesquisa registrou uma queda no crescimento do percentual de computadores por domicílio, o crescimento (na área urbana) que no período 2008-2009 foi de 29% diminuiu para apenas 8% no período 2009-2010. Esses dados também refletem na queda da proporção de lares com acesso a internet que chegou em 2010 a apenas 27%, o crescimento que no período 2008-2009 (também na área urbana) foi de 35% diminuiu para apenas 15% no período 2009-2010.
Analisando alguns gráficos retirados da pesquisa pode-se fazer uma análise sobre os principais motivos alegados pelos brasileiros de não se ter computador ou internet nos domicílios.


   





A partir dos dados pode-se perceber que o custo elevado ainda é o principal obstáculo enfrentado pelos brasileiros, além disso, a falta de disponibilidade na área também se mostra um problema enfrentado por grande parte dos brasileiros.
Outros dados (retirados da pesquisa) expressam melhor a má distribuição de renda levando em consideração o possuir ou não computador e internet.










          A partir dos dados acima fácil visualizar que as regiões norte e nordeste ainda são as regiões com menor poder econômico, enquanto o sudeste segue como a região com maior acesso as tecnologias abordadas. Pode-se perceber também a grande diferença quanto à disponibilidade de internet com relação às áreas urbana e rural.

Telefones celulares
Ao contrário do que se verificou a respeito dos computadores e da internet, os aparelhos celulares que até pouco tempo (final da década de 90) não eram acessível a todos hoje em dia se mostram uma opção até mais interessante do que a telefonia fixa na opinião dos brasileiros (segundo os dados apresentados na pesquisa). Diferente dos computadores e da internet, o crescimento do percentual de domicílios com celulares continua crescendo, e isso se reflete também em uma diminuição em relação ao percentual de casas com telefones fixos. Essa preferencia pelos aparelhos celulares deve-se provavelmente a seu preço atualmente mais acessível, a melhora da distribuição de sinal pelas operadoras em todo território nacional e também a sua portabilidade.
Os gráficos abaixo (retirados da pesquisa) ajudam a visualizar o crescimento percentual do numero de celulares.








A partir dos gráficos fica mais fácil perceber como os aparelhos celulares se tornaram presentes nos lares e como o crescimento nessa proporção é maior nas classes de menor poder aquisitivo, o que retrata o quão acessível os aparelhos se tornaram. Segundo os dados da pesquisa, os maiores crescimentos foram registrados na zona rural (10%), região nordeste (14%) e na classe DE (9%).
Análise segundo o pensamento Marxista
Os dados da pesquisa dizem respeito a três mercadorias e seu percentual de crescimento em relação à aquisição da população. Essas mercadorias são: os computadores, a internet em domicílio e os telefones móveis.
Segundos dados da pesquisa, o custo elevado dessas mercadorias é o principal impedimento da população em adquiri-lo. Isto se deve ao fato da população não possuir ainda capital necessário para comprar esses bens tão caros. Principalmente nas regiões menos desenvolvidas, com maiores desigualdades sociais e de menor poder aquisitivo como o Norte e Nordeste. Regiões onde o acúmulo de capital da população é baixo.   
Vemos nessas regiões que as forças produtivas são baixas se comparadas ao resto do Brasil (principalmente o Sudeste e o Sul). Isto, consequentemente, diminui o número de proletariados e também o seu poder de compra.
Mas uma diferença importante apontada na pesquisa é o que nos telefones celulares, o percentual de crescimento do número de domicílios que o possui continua constante. Isso se dava por seu baixo preço que encontrado no mercado, onde a grande maioria dos brasileiros possui capital para adquirir essa tecnologia e ser mais vantajoso do que a telefonia fixa.
Dentro deste contexto conseguimos observar o conceito de valor de uso e valor de troca A utilidade de algo define como valor de uso. Cada objeto tem suas propriedades, logo pode ser útil de diversos aspectos. Os celulares e os computadores tem valores de uso distintos. Esse é visto como uma ferramenta adicional para execução de diversas atividades, já o celular é visto como uma ferramenta indispensável para execução de quase todas as tarefas sociais. Em termos de funções, o computador pode ser analisado como um instrumento que engloba as funções básicas de um celular: comunicação e em alguns casos, media digital. Esse é um dos fatores que leva o computador a ser um bem com maior valor financeiro agregado. Além disso ele possui maior complexidade tecnológica e fabril.
O valor de troca é medido pelo tempo de trabalho socialmente necessário, ou seja, o tempo padrão, para produzir se uma mercadoria. Nesse sentido é evidente que um computador possui maior valor de troca que um celular, visto que sua produção é mais extensa e envolve um maior número de variáveis. Esse é outro fator que agrega maior valor financeiro à esse produto. O trabalho humano abstrato e concreto envolvido na produção de um computador, em suma, é maior que aquele envolvido na produção de um celular.
Além de todos esses fatores, em uma sociedade capitalista um elemento essencial faz com que os produtos se tornem mais caros do que eles deveriam ser. Esse elemento é a mais valia, responsável pelo lucro obtido em cima de um certo produto. Esse elemento não estabelece uma relação linear com o preço real de produção e de custo de um produto, ele sofre influências do fetichismo da mercadoria e de seu importância social. O computador sofre uma influência maior do que o celular. Por esse motivo ele acaba sendo superestimado e seu preço se torna maior do que poderia ser.
Dessa forma o celular, em comparação ao computador, acaba sendo mais facilmente acessado por uma parcela maior da população. Além de estabelecer uma função social importante, a comunicação, ele é um item com valor de mercado menor que o de um computador.



Nenhum comentário:

Postar um comentário