A maior influencia de Karl Marx
foi Hegel, um professor da Universidade de Jena, a mesma instituição
onde Marx cursou o doutorado. Hegel, filósofo alemão, foi um dos criadores do
Idealismo Alemão. Seu cômputo historicista e idealista da realidade como uma
Filosofia Européia completamente revolucionada denota que foi, de fato, um
importante precursor da Filosofia Continental e do Marxismo.
Em Berlim, Marx
teve contato prolongado com as ideias dos Jovens
Hegelianos (também referidos como Hegelianos de esquerda). Os dois
principais aspectos do sistema de Hegel que influenciaram Marx foram sua filosofia da história e sua concepção dialética.
Para Hegel, nada no mundo é
estático, tudo está em constante processo (vir-a-ser); tudo é histórico,
portanto. O sujeito desse mundo em movimento é o Espírito do Mundo (ou Super
alma; ou Consciência Absoluta), que representa a consciência humana geral,
comum a todos indivíduos e manifesta na ideia de Deus. A historicidade é
concebida enquanto história do progresso da consciência da liberdade.
As formas concretas de organização social correspondem a imperativos ditados
pela consciência humana, ou seja, a realidade é determinada pelas ideias dos
homens, que concebem novas ideias de como deve ser a vida social em função do
conflito entre as ideias de liberdade e as ideias de coerção ligadas
a condição natural ("selvagem") do homem. O homem se liberta
progressivamente de sua condição de existência natural através de um processo
de "espiritualização" – reflexão filosófica (ao nível do pensamento,
portanto) que conduz o homem a perceber quem é o real sujeito da história.
Marx considerou-se um hegeliano de esquerda durante certo
tempo, mas rompeu com o grupo e efetuou uma revisão bastante crítica dos
conceitos de Hegelapós
tomar contato com as concepções de Feuerbach.
Manteve o entendimento da história enquanto progressão dialética (ou seja, o
mundo está em processo graças ao choque permanente entre os opostos; não é
estático), mas eliminou o Espírito do Mundo enquanto sujeito ou
essência, porque passou a compreender que a origem da realidade social não
reside nas ideias, na consciência que os homens têm dela, mas sim na ação
concreta (material, portanto) dos homens, portanto no trabalho humano. A
existência material precede qualquer pensamento; inexiste possibilidade de
pensamento sem existência concreta. Marx inverte, então, a dialética hegeliana,
porque coloca a materialidade – e não as ideias – na gênese do movimento
histórico que constitui o mundo. Elabora, assim, a dialética materialista (conceito
não desenvolvido por Marx, que também costuma ser referida por materialismo
dialético).
“A mistificação por que passa a dialética nas
mãos de Hegel não o impede de ser o primeiro a apresentar suas formas gerais de
movimento, de maneira ampla e consciência. Em Hegel, a dialética está de cabeça
para baixo. É necessária pô-la de cabeça para cima, a fim de descobrir a
substância racional dentro do invólucro místico.”
“(...) é completamente impossível entender O Capital de Marx, e, em especial, seu
primeiro capítulo, sem haver estudado e compreendido a fundo de toda a lógica
de Hegel.”
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